Os cabelos passam por transformações que fazem parte do processo de envelhecimento natural e que podem se intensificar com a entrada na menopausa. A chegada aos 40 anos é um convite a reavaliar cada decisão e escolha feita até então. Mas é um processo e, como todo processo, às vezes dói.
Os cabelos de uma mulher podem ser um tema sensível. Muitas passam a vida renegando a cor, a estrutura dos fios, o volume, não se permitindo sequer um corte mais ousado. Sempre tive uma boa relação com o meu, mas confesso que está sendo um desafio lidar com as mudanças que venho enfrentando com as minhas madeixas nos últimos anos.
Durante anos, sempre que eu ia ao salão, ouvia o cabeleireiro comentar: “Nossa, você tem muito cabelo, né?”. No entanto, com o passar do tempo, essa frase parou de ser dita. Costumava ter fios volumosos, cheios, com ondas largas. Não consigo identificar exatamente quando essas transformações nos meus cabelos começaram, mas sei que, após os 40 anos, isso se intensificou, coincidindo com o início do meu processo na menopausa.
Entrei na menopausa precocemente e conto um pouco dessa história neste post.
O que causa as transformações nos cabelos?
A redução no volume e espessura dos cabelos tem uma explicação técnica: alopecia feminina. Essa condição afeta 75% das mulheres após a menopausa e atinge principalmente o topo da cabeça, deixando os fios mais ralos e finos, podendo, em alguns casos, surgir falhas visíveis no couro cabeludo.
Esse problema pode ser causado por fatores hormonais e genéticos, nos quais a queda dos hormônios está ligada também a predisposições hereditárias. Portanto se sua mãe sofreu com essas transformações nos cabelos, é provável que você também enfrente algo semelhante, e comece a perceber as primeiras transformações nos cabelos principalmente durante o processo da menopausa.
A grosso modo, o que ocorre é que, cada folículo capilar produz normalmente dois ou três fios de cabelo. No entanto, com a queda hormonal após os 40 anos, principalmente perto e durante a menopausa, essa produção diminui, resultando em apenas um fio por folículo.
Além dessa tendência natural, outros fatores podem contribuir para essas transformações na estrutura dos cabelos além da menopausa, como estresse, distúrbios hormonais, síndrome dos ovários policísticos, disfunções da tireoide, dietas radicais e o uso frequente de tratamentos químicos inadequados. O fato é que, a maioria das mulheres, passa por alguma mudança nos cabelos durante essa fase da vida, e ter o acompanhamento de um profissional, é fundamental para orientar da melhor maneira possível.
Qual a diferença entre cabelos finos e ralos?
Muitas pessoas confundem os termos cabelo fino e cabelo ralo, mas eles têm significados distintos. O cabelo fino se refere à espessura de cada fio, ou seja, fios mais delicados e menos densos. Já o cabelo ralo está relacionado à quantidade de fios no couro cabeludo, indicando uma diminuição no volume total de cabelos.
Percebi que ambos os casos ocorreram comigo já que aumento da minha testa era evidente e, assim como minha mãe, as entradas da testa, a famosa calvície, também se acentuaram. Estava bem ciente de que isso poderia acontecer, já que minha mãe passou pela mesma situação. A diferença é que não tínhamos ideia de que essas transformações tão visíveis nos seus cabelos, estavam relacionadas à menopausa. Um detalhe interessante é que minha mãe nunca fez reposição hormonal, enquanto que eu iniciei o tratamento assim que tive o diagnóstico da minha ginecologista. Percebi que, após iniciar a reposição hormonal, meus cabelos pararam de cair e ficaram um pouco mais cheios. Embora a mudança não tenha sido drástica, foi significativa, especialmente com o uso concomitante de produtos específicos, que falarei mais abaixo.
Escolhas inteligentes para cuidar dos cabelos
Logo percebi que, se quisesse recuperar a aparência saudável dos meus cabelos, teria que investir em produtos e também fazer escolhas inteligentes. Uma delas foi optar entre a tintura e o alisamento. Decidi parar de alisar e continuar somente com a tintura, pois já estou num estágio em que não consigo mais apenas tonalizar os fios.
Por conta dessa decisão, estou em transição capilar há seis meses, e uma das surpresas desse processo, foi que meu cabelo começou a nascer cacheado! Antes, ele era ondulado, com ondas largas, mas com muito arrepiado na raiz. Aliás, foi por conta desses cabelinhos mais rebeldes, que optava pelo alisamento, pois sempre adorei o volume dos meus cabelos, mas esse excesso de “arrepios” me deixava com uma aparência muito desleixada.
Ainda não consegui assumir meus cachos; estou em transição, como relatei anteriormente, porém, percebo a cada dia que passa, que meus fios estão cada vez mais resistentes e saudáveis. Também precisei desapegar do comprimento; fiz um corte e percebi o quanto isso foi importante para a aparência dos meus fios. Retirei as pontas desgastadas e o balanço dos cabelos deu novamente o ar da sua graça.
Nota: o mesmo aconteceu com a minha mãe. Os cabelos dela, depois dos 40 anos, passaram a nascer mais cacheados, porém ela atribuía essa alteração a um tratamento de saúde em que perdeu boa parte dos fios. Quando eles voltaram a nascer, estavam com a estrutura modificada. Essa transformação na estrutura dos seus cabelos foi uma questão delicada para ela, que não sabia lidar com eles, e foi observando as suas angústias, pude me fortalecer para lidar com as alterações que a menopausa causaria na minha vida, afinal, quem sai aos seus não degenera!
Tratamentos
Não cheguei a fazer nenhum tratamento específico para queda, mas pesquisei sobre o assunto e estava determinada a procurar um especialista caso não obtivesse o resultado esperado com os produtos que adquiri. Pesquisei sobre os casos mais graves de queda, nos quais o tratamento clínico pode ser necessário. O mais comum, é o uso de medicação tópica aplicada diretamente no couro cabeludo, que estimula o crescimento dos fios. Outra técnica que me chamou a atenção, foi o tratamento com micro agulhas, que injeta pequenas quantidades de substâncias para fortalecer e estimular o crescimento capilar.
Para cabelos finos e quebradiços, existem fórmulas com polímeros que aumentam o diâmetro do fio, conferindo volume e resistência sem pesar nos fios. Além disso, na menopausa, o ressecamento é comum, já que o cabelo perde sua lubrificação natural. Então investir em produtos hidratantes, e em tratamentos de antienvelhecimento capilar, para fazer em casa mesmo, pode ser uma ótima solução, ajudando a devolver o brilho, a saúde e a maciez dos fios.
Principais cuidados para cabelos na menopausa
Estando ou não na menopausa, aos 40 anos, precisamos avaliar nosso estilo de vida e procurar cuidar com mais carinho do nosso corpo. Abaixo seguem os cuidados básicos que venho seguindo e quem tem somado aos produtos que venho usando:
- Adote um cronograma capilar – Montar uma rotina de cuidados com hidratação, nutrição e proteção é essencial para garantir um cabelo mais forte e saudável. Pelo menos uma vez por semana, programe-se para fazer uma boa massagem nos cabelos durante o banho.
- Reduzir o uso de calor nos fios – O excesso de calor pode danificar ainda mais os cabelos finos, ralos e quebradiços, portanto sempre use protetor térmico ou deixe que os fios sequem naturalmente quando possível.
- Evite lavar com água quente – A água quente pode ressecar ainda mais os fios. Prefira lavar com água morna ou fria para preservar a saúde do cabelo. Caso não seja possível, molhe com água fria no último enxágue, antes de sair do banho, para ajudar a fechar as cutículas.
- Alimente-se bem – Dietas ricas em proteínas e vitaminas do complexo B (encontradas em carnes, fígado e levedo de cerveja) são essenciais para evitar a queda capilar. Um bom suplemento vitamínico pode fazer diferença.
- Use produtos adequados – Shampoos, ampolas e máscaras que repõem a massa capilar e controlam a queda, hidratando profundamente os fios, são fundamentais. Faça uma pesquisa para encontrar os melhores produtos disponíveis no mercado para o seu tipo de cabelo ou converse com o seu cabeleireiro.
- Mantenha o corte em dia – Cortar regularmente, ajuda a evitar que o cabelo fique com aparência desgastadas nas pontas, além de dar mais volume. Sei que é difícil se desapegar do comprimento, mas um bom corte molda nosso rosto e um cabelo mais curto é sempre mais fácil de tratar.