No início desse ano me deparei com o diagnostico de perda de Massa Muscular e óssea, o que me fez reavaliar todo o meu estilo de vida. Aos 40 anos, o corpo feminino começa a passar por transformações, e cuidar da saúde se torna essencial para manter qualidade de vida. Esse período traz novos desafios, mas também abre espaço para redescobrir o equilíbrio e o autocuidado. Para mim, essa jornada incluiu uma profunda mudança especialmente em relação à alimentação e à prática de exercícios físicos.
Na minha juventude eu sempre pratiquei atividades físicas, e fiz vários esportes. Depois que casei passei a fazer musculação com regularidade, porém sempre com o objetivo de me manter magra, nunca foquei em ganhar massa muscular. Após a pandemia minha vida mudou tanto que acabei entrando num ciclo frustrante: treinava um mês, parava dois, frequentava uma semana e faltava nas três seguintes, não estava conseguindo mais manter a frequência da musculação.
Nessa época, acabei focando no ciclismo, pedalava religiosamente 16 km por dia, porque naquele momento andar de bicicleta, se tornou terapêutico. Me ajudou a lidar com a depressão e aliviar as tensões do dia a dia.
Quando divorciei e precisei mudar de casa e tudo mudou. A vida ficou de cabeça para baixo! Me vi forçada em reorganizar minha casa, minha vida profissional, emocional e familiar. Nesse processo, a musculação ficou de lado, e após um ano, ainda não tinha conseguido encaixá-la de volta na minha rotina. Além disso, o local para onde me mudei não tinha um parque disponível, o que me fez parar de pedalar também.
Como a menopausa impactou na minha rotina
Passei por um período de mais de um ano de inércia total, até que um novo relacionamento entrou na minha vida. A partir dessa relação, fui surpreendida com o diagnóstico de menopausa precoce (conto essa história com mais detalhes em outro post. clique aqui). Descobrir isso foi um baque, especialmente quando soube que já tinha perdido massa muscular e óssea devido à menopausa. Nesse momento, percebi que precisava mudar muita coisa em mim e na minha rotina de vida. Sempre fui uma pessoa ativa, mas admito que, no passado, meu foco sempre foi manter a magreza, nunca pensei em ganhar massa muscular e graças à genética, ganhava definição muscular rapidamente.
Agora, aos 40 anos, estava diante de um novo desafio: recuperar a massa muscular perdida. Foi então que resolvi procurar informações. Conversei com profissionais da área da saúde e fitness, além de pessoas que já passaram por isso. Uma das maiores descobertas foi que eu precisava mudar completamente a minha mentalidade em relação à nutrição. Para ganhar massa muscular, seria necessário comer, e comer não só em quantidade mas com qualidade. Até então, não me preocupava muito com isso.
Precisei também entender a importância da musculação, pois não é uma atividade que me agrade. Confesso que nem mesmo me sinto a vontade no ambiente da academia. Acho um ambiente meio narcisista, além de ser um ambiente de culto ao modelo de beleza vigente e que despreza os corpos considerados fora do padrão, e que ainda de quebra, cultua a juventude eterna e julga a idade principalmente das mulheres…enfim, questões para um outro post.
Uma jornada cheia de aprendizados
Aprendi muito ao longo desses meses, por exemplo, o quão difícil é atingir a quantidade de proteínas diárias recomendadas sem suplementação. Mergulhei num universo de informações que nunca me interessaram antes, mas que agora eram indispensáveis para o meu objetivo. Lancei mão das redes sociais e todos os dias leio uma informação nova sobre o assunto.
Pela primeira vez, estava levando a musculação a sério. Estava motivada e disciplinada, mas, apesar disso, a frustração era constante. Nos primeiros meses de academia, eu me sentia literalmente “secando”, sem sinais aparentes de ganho de massa muscular. Nem mesmo a definição que eu costumava conquistar com facilidade na juventude estava aparecendo.
Foi então que tive que me render à realidade: para alcançar meus objetivos, eu precisaria investir em suplementação. Finalmente descobri a importância da creatina (falo mais sobre os benefícios da creatina neste post), e também precisei incorporar o whey protein à minha rotina. Isso me fez estudar mais sobre nutrição, aprender a ler rótulos e fazer escolhas alimentares mais inteligentes. Uma das mudanças mais desafiadoras, foi a necessidade de comer a cada três horas. Até então, estava acostumada a fazer quatro refeições por dia, sempre em pequenas quantidades e muitas vezes ignorando os carboidratos para não engordar. Agora, eu precisava fazer seis refeições balanceadas para aumentar o consumo calórico, e assim atingir as novas necessidades do meu corpo.
Infelizmente, ainda não fiz uma foto do meu resultado, mas pretendo fazer um post sobre o assunto em breve. E a título de informação após 6 meses levando a serio meu treino, minha alimentação e meus suplementos, emagreci 5 quilos e ganhei 1 quilo de massa muscular. Para você entender melhor eu tenho 1,68m de altura e quando iniciei essa jornada estava pesando 65kg. Hoje estou com 60 kg
Contemplando o caminho
Essa jornada tem sido cheia de altos e baixos, mas sigo aprendendo muito sobre os assuntos que cercam o pós 40 anos, e venho contemplando com carinho o caminho dessa minha jornada. Pretendo viver muito ainda, tenho muitos sonhos por realizar, e entendo o quanto de informação e aprendizado ainda está por vir, pois não se trata apenas de “voltar à academia”, “perder peso” ou “ficar gostosa”, não me entendam mal, quero sim ficar bonita. Mas após os 40 anos e tendo em vista tudo que passei ao longo da minha vida, também quero reconfigurar meu corpo e minha mente, entendendo as novas demandas que a vida e o que meu organismo me impõe. O caminho é longo, e estou só no começo, mas cada etapa tem me ensinado muito mais sobre mim mesma e sobre a importância de cuidar do meu corpo, de uma forma mais profunda e consciente, do que apenas correr atrás da juventude eterna.