Desinflamar o corpo após os 40 anos, pode não ser uma tarefa fácil já que envolve mudanças de hábitos. Contudo, a chegada dos 40 anos pode ser um divisor de águas especialmente com a menopausa batendo à porta. Para algumas, essa é uma fase de surpresas e até resistência, pois o termo “menopausa” ainda é visto por muitas como um encerramento da vitalidade e da feminilidade. Na verdade, esse período pode ser o início de uma fase rica e transformadora, onde o autocuidado e o autoconhecimento ganham protagonismo.
A maturidade adquirida ao longo dos 40 de uma mulher, a ajuda enxergar essas transformações naturais de uma forma diferente, com menos medo e mais compreensão. Esse momento da vida é um convite para revisitar hábitos e entender melhor o que funciona para o próprio corpo, ajustando o estilo de vida e buscando uma nova relação com o prazer, a saúde e o bem-estar. A chegada dos 40 anos é, em muitos sentidos, um novo começo.
As prioridades mudam, os relacionamentos ganham novas camadas, e a busca pela qualidade de vida – seja física, emocional ou espiritual – passa a ocupar o centro das atenções. Entrar nos 40 é um chamado para assumir as rédeas da própria história e honrar o caminho percorrido, com tudo o que ele trouxe de sabedoria, cicatrizes e vitórias.
O Que é a Inflamação e Como Ela Surge?
A inflamação nada mais é que uma resposta do sistema imunológico a algum tipo de dano celular, infecção ou lesão. Entretanto, fatores como má alimentação, estresse crônico, falta de atividade física e exposição a toxinas podem promover uma inflamação de baixo grau e crônica, que muitas vezes passa despercebida.
Essa inflamação ocorre de forma silenciosa e pode se manifestar de várias maneiras. Embora os sintomas possam variar de pessoa para pessoa, é comum notar sintomas como dores articulares e musculares, fadiga, ganho de peso inexplicado, problemas digestivos e até inchaço.
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O Papel das Emoções na Inflamação
Quando o corpo é exposto a estresse por longos períodos, o sistema de resposta ao estresse, projetado originalmente para ajudar na sobrevivência, começa a agir contra nós. O cortisol, liberado em resposta ao estresse, se torna um vilão quando liberado continuamente. Ele age como um “alerta vermelho” para o organismo, mas quando esse sinal não se desliga, o corpo entra em um estado de inflamação constante, como se estivesse combatendo uma ameaça invisível e interminável. Essa inflamação crônica pode levar a doenças autoimunes, problemas cardiovasculares, entre outros.
Essa inflamação pode piorar na menopausa devido às mudanças hormonais que ocorrem no corpo da mulher. Durante essa fase, os níveis de estrogênio, que tem propriedades anti-inflamatórias naturais, começam a cair significativamente. Com essa queda, o corpo perde um dos seus principais aliados no combate à inflamação, e o risco de desenvolver inflamações crônicas aumenta. Além disso, a menopausa também está associada ao aumento do cortisol, o hormônio do estresse, que também contribui para o processo inflamatório. Ou seja, o estresse e as alterações hormonais criam um ambiente propício para que a inflamação se intensifique.
Outros fatores também entram em cena. Alterações na composição corporal, como o aumento de gordura abdominal, também são comuns nessa fase e aumentam o risco inflamatório. A gordura visceral, que se acumula em volta dos órgãos, libera substâncias pró-inflamatórias chamadas citocinas. Essas substâncias deixam o corpo em estado de alerta constante, o que agrava ainda mais a inflamação e contribui para o desenvolvimento de problemas como doenças cardíacas, artrite e resistência à insulina.
O que fazer para desinflamar?
Buscar práticas anti-inflamatórias é essencial para o bom funcionamento do organismo. Comer os alimentos certos pode, sem dúvida, fazer uma grande diferença na saúde a longo prazo. Por isso uma dieta rica em antioxidantes, ácidos graxos, fibras, cereais, grãos, frutas e vegetais irão desinflamar o seu organismo naturalmente. Procure também incluir na sua rotina, atividades físicas e técnicas de relaxamento, que podem ajudar a regular os níveis de inflamação e proporcionar mais qualidade de vida durante a menopausa.
Invista também:
- Hidratação: Manter o corpo bem hidratado é essencial para eliminar toxinas e reduzir os processos inflamatórios. A água ajuda a transportar os nutrientes e elimina as substâncias que podem aumentar a inflamação;
- Exercícios físicos: A prática regular de atividade física é uma das maneiras mais eficazes de desinflamar o corpo. Atividades como caminhada, natação e ioga ajudam a melhorar a circulação, promover o equilíbrio hormonal e reduzir os níveis de inflamação crônica. Além disso, o movimento físico também atua na melhora do humor e do bem-estar mental;
- Use fitoterápicos em forma de chás: O consumo regular de certos chás pode ajudar a reduzir os níveis inflamatórios. São diuréticos e promovem a eliminação de toxinas do corpo. Os mais utilizados são: Chá de cavalinha, Chá de gengibre e o Chá verde;
- Beber suco verde e Kombucha: rica em probióticos, auxilia na saúde intestinal, que, por sua vez, afeta diretamente a inflamação. O suco verde é rico em fibras antioxidantes e vitaminas. Manter um intestino saudável é crucial para reduzir os processos inflamatórios no corpo;
- Frutas vermelhas: Morangos, amoras, açaí, uvas e mirtilos são ricos em antioxidantes que combatem os radicais livres e reduzem a inflamação no organismo. Estas frutas são, sem dúvida, uma adição importante à dieta diária;
- Cúrcuma (Açafrão): A cúrcuma contém a curcumina, um poderoso composto bioativo com ação anti-inflamatória. Adicioná-la às refeições pode ser uma excelente estratégia para manter a inflamação sob controle.
Cuide-se
Conforme envelhecemos, evitar alimentos ultraprocessados, fast-food, frituras e doces torna-se essencial. Essa fase da vida é mais propensa ao surgimento de doenças crônicas, muitas vezes relacionadas à má alimentação, ao sobrepeso e à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão, gordura no fígado, infarto e AVC.
Opte por uma alimentação rica em alimentos naturais, como frutas, verduras, legumes e castanhas. Eles fornecem vitaminas e antioxidantes que combatem o estresse oxidativo, um dos principais causadores de inflamação, envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer.
Desinflamar o organismo envolve ajustes na alimentação, hidratação regular, prática de exercícios e controle do estresse. Chás e alimentos anti-inflamatórios são aliados valiosos nesse processo. No entanto, para garantir resultados seguros e efetivos, e principalmente, no combate aos efeitos indesejáveis da menopausa, contar com a orientação de um profissional de saúde é sempre recomendável.