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Quando a Menopausa Chega Cedo

Nunca imaginei que essa fase da menopausa chegaria tão precoce na minha vida. Sempre acreditei que passaria por esse processo natural após os 50 anos, quando a maioria das mulheres começa a lidar com ela. No entanto, aos 44 anos, descobri que já estava na menopausa há pelo menos dois anos, e essa revelação caiu como uma bomba na minha vida. É incrível como podemos passar por mudanças tão significativas no corpo sem perceber o que realmente está acontecendo.

Comecei a me perguntar o que aquilo realmente significava. A velhice finalmente chegou? Essa foi uma das primeiras dúvidas que surgiram na minha cabeça, e não foi fácil lidar com ela. O fato de não poder mais ter filhos naturalmente pesou. Não que eu planejasse ter mais filhos, mas, de repente, a ideia de que essa possibilidade havia sido retirada sem nem ter tido a chance de decidir, me deixou inquieta. “E se eu quiser ter mais filhos? Como seria? O que eu faria a partir de agora?”

Essas questões acabaram perturbando meu juízo por dias. Sentia que estava perdendo o controle sobre meu corpo e sobre escolhas que, até então,  estavam em minhas mãos. A menopausa precoce trouxe à tona uma série de questionamentos que não havia feito antes. O que mais viria pela frente? Como meu corpo mudaria com o passar do tempo?

A ideia de envelhecer, de ver meu corpo mudar repentinamente sem que eu pudesse controlar, começou a pesar de uma forma que nunca havia imaginado. O que antes parecia uma etapa natural da vida, com suas marcas e transformações gradativamente, agora se tornava um processo difícil de aceitar justamente pela antecedência que a menopausa se apresentou em minha vida.

Como eu descobri a menopausa precoce

Na época estiva em um relacionamento, naquela fase da paixão em que tudo parece novo e excitante. Mas comecei a notar algo diferente em mim. Minha libido, que sempre foi alta, começou a diminuir de forma inesperada. Não entendia como era possível me sentir atraída por alguém e, ao mesmo tempo, perceber que o meu desejo já não era o mesmo. Era como se meu corpo e minha mente estivessem em desacordo.

Foi nesse momento que decidi parar o anticoncepcional que eu já tomava há muitos anos. Agendei uma consulta com a minha ginecologista, para saber o que estava acontecendo. Quando fui ao consultório, ela fez uma série de perguntas sobre minha saúde geral, incluindo aspectos como o sono, a pele, o cabelo e as unhas.

Sempre sofri com insônia e ansiedade, meu trabalho sempre foi um tema sensível pra mim, que me gerou muito estresse, então quando minha médica me perguntou sobre meu sono, não considerei que houvesse algo fora do comum. Minha pele sempre foi seca, então também não vi isso um sintoma preocupante. A queda de cabelo e as unhas frágeis, me acompanham desde que tive minhas filhas, então novamente, não percebi nada de alarmante. O único ponto que realmente estava diferente era a questão da libido.

A doutora então, me pediu para fazer alguns exames, mas havia um detalhe: eu precisava esperar a minha menstruação para poder realizá-los. O problema é que ela não aparecia. O período em que tudo isso aconteceu foi no final de outubro, e a menstruação finalmente só veio no final de março. Era um sinal claro de que algo não estava certo.

Quando finalmente fiz os exames e retornei ao consultório com os resultados, o que ela me falou, me deixou completamente estarrecida: não só estava na menopausa há pelo menos dois anos, como também já havia sofrido uma perda óssea e muscular significativa. Fiquei em choque por dias, tentando processar essa informação. Como era possível eu não ter notado algo tão importante?

Sinais negligenciados?

Pensando bem, talvez já houvessem sinais. Durante a pandemia, comecei a praticar ciclismo, algo que minha psicóloga recomendou, como parte do tratamento para a depressão que eu enfrentava. Ela disse que seria bom fazer algo prazeroso e que também exigisse esforço físico, para gastar energia e aliviar o estresse. Pedalava 16km todos os dias e notei que minhas coxas, que sempre foram grossas, haviam afinado. Achei que era resultado do exercício físico vigoroso. Além disso, perdi 4 quilos, o que para mim, na época, foi ótimo, pois estava acima do peso devido à depressão. No entanto, agora entendo que parte dessa perda de peso foi, na verdade, perda de massa muscular devido a menopausa precoce.

Outro ponto curioso é que nunca tive os famosos fogachos , aqueles calorões que muitas mulheres relatam sentir durante a menopausa . Se eu tivesse esse sintoma, talvez teria percebido mais cedo o que estava acontecendo no meu corpo. Mas não, nem uma vez sequer experimentei esse calor repentino. Isso fez com que a menopausa passasse despercebida por mim.

Tratamento

Sai do consultório com indicação de início da reposição hormonal , com um medicamento prescrito. Ele se parece com um anticoncepcional, e desde que comecei o tratamento, senti uma melhora significativa em diversos aspectos da minha vida. Minha libido voltou ao normal, minha pele está mais hidratada, a qualidade do meu sono melhorou muito, pois em alguns dias, consigo dormir 6 horas direto, sem acordar durante a noite, e isso impactou diretamente no meu humor e na minha disposição.

Também precisei reavaliar meu estilo de vida, e incorporei a musculação na minha rotina diária. Conto com mais detalhes sobre a minha busca pelo aumento de massa magra nesse post. Faço longas caminhadas e incorporei na minha dieta a creatina (falo sobre ela nesse post) e o whey protein, pois descobri o quanto é difícil atingir a quantidade de proteínas diariamente, e esse é um ótimo recurso para pessoas que comem pouco como eu.

A menopausa é um processo, e todo processo tem as suas dificuldades. Quis compartilhar essa experiência para alertar outras mulheres que estão chegando aos 40, ou já passaram dessa idade. Fique atenta aos sinais do seu corpo, faça exames regulares e não subestime o poder das mudanças hormonais. A menopausa não precisa ser vista como um “bicho de sete cabeças”, mas é fundamental que seja acompanhada de perto por profissionais de saúde. Assim, podemos garantir uma melhor qualidade de vida, com disposição e muito vigor.

Elane Lima

Publicitária, produtora de conteúdo, empreendedora

Elane Lima

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