Nessa fase da vida, é muito importante termos conhecimento das terapias alternativas para tratar menopausa, para quem não quer ou pode recorrer a terapia convencional. A vida da mulher é marcada por alterações corporais e hormonais, influenciando diretamente na sua forma de pensar, agir e ser. Dentre as transições ocorridas ao longo de sua vida, o climatério é o período vivido por muitas como uma fase de sofrimento, devido a alterações como ondas de calor, transpiração, tonturas, palpitações; depressão ou irritabilidade; alterações nos órgãos e apetite sexuais, aumento da gordura e porosidade dos ossos entre outros. Para minimizar os distúrbios, a medicina tradicional oferece medicamentos que diminuem os sintomas, no entanto, além dos efeitos colaterais podem ser desencadeados, ainda existe aquelas que não podem recorrer à terapia, devido problemas de saúde.
Leia também: Terapia de reposição hormonal é para você?
Outras soluções medicamentosas
Uma busca rápida no google, revela um mundo de possibilidades sobre terapias alternativas para tratar os sintomas da menopausa. Por muito tempo, a terapia de reposição hormonal foi a única saída para amenizar esses desconfortos. Mas graças à ajuda de pesquisas recentes e ao avanço da tecnologia, remédios mais eficazes e novas formas de terapia não medicamentosas têm contribuído para melhorar a qualidade de vida durante esse período.
Para resolver esse problema, cientistas desenvolveram uma classe de remédios, chamados complexo estrogênico tecido seletivo (TSEC). Eles não usam a progesterona e conseguem, em parceria com o estrogênio, acabar com os sintomas do climatério sem causar efeitos adversos. Isso quer dizer que ele melhora os sintomas da menopausa, sem causar sangramentos vaginais, mastalgia ou afetar a densidade mamária.
Há muitos sintomas que não são totalmente sanados com a terapia hormonal padrão, e ainda casos em que ela é contraindicada, como mulheres com osteoporose. Para esse grupo, já existem alguns medicamentos específicos. Já para os calores, por exemplo, o uso de antidepressivos mostraram bons resultados em doses baixas.
Lidando com o mal do século: o estresse
A menopausa merece atenção e mais espaço porque pode causar mudanças profundas na vida da mulher, o que pode impactar toda a família. Atualmente, as mulheres atingem o auge da carreira na meia-idade e ainda precisam prestar suporte a filhos, pais e cuidar da casa. Esse cenário é decisivo para o surgimento do estresse.
Por conta disso, técnicas de relaxamento vem se popularizando ao longo dos anos, parte integrante de terapias alternativas para combater a menopausa. A meditação, yoga e acupuntura. são as que apresentam mais pesquisas e estudos na atualidade. O bem estar mental é um componente vital para o tratamento da menopausa, já que fatores psicológicos podem agravar os sintomas físicos, como enxaquecas e calores. Inclusive algumas dessas práticas, conhecidas como integrativas e complementares, são oferecidas gratuitamente no SUS. Entretanto, é importante também identificar as fontes de estresse e buscar mudanças na rotina que tragam melhorias para a qualidade de vida.
Meditação
Pesquisadores da Unifesp, apostaram na meditação e conseguiram praticamente acabar com o desconforto provocado pela menopausa nas mulheres que se submeteram ao estudo. Houve melhora na ansiedade, insônia, humor e até mesmo em ondas de calor. Meditar uma vez por semana, revelou ser o suficiente para as pacientes se sentirem bem.
Embora sejam necessárias mais pesquisas, esse estudo fornece um forte sinal para o papel potencial da atenção plena na melhoria dos sintomas psicológicos, em resposta emocional aos sintomas da menopausa e estresse nas mulheres durante a meia-idade. Esse estudo fornece resultados encorajadores, pois demonstra que as mulheres podem ter uma ferramenta para ajudá-las a controlar os sintomas do estresse e da menopausa e melhorar a qualidade de vida.
Ioga
Temos o caso da professora Iliana Cannof, 52 anos. Ela conseguiu enfrentar os transtornos da menopausa com mais tranquilidade graças à prática de meditação e ioga. “Minha menopausa chegou aos 45 anos e, antes dela, tive problemas com a minha menstruação. Por isso, precisei passar por reposição hormonal. Foi nessa época em que dei início a essas práticas, e elas me ajudaram bastante nas duas situações. Quase não senti os sintomas que são comuns”, relata a ex-servidora pública que, devido à paixão pela ioga, passou a dar aulas da prática milenar.
A Iliana ressalta que o cuidado com a saúde que ela adotou a motivou a mudar outras áreas na vida. “Quis mudar a minha alimentação e diminuí, aos poucos, o consumo de carne. Hoje, sou vegetariana e acredito que a alimentação também me ajudou quanto a esse processo hormonal. Também escrevi um livro em que falo sobre como as mulheres podem buscar práticas alternativas para ajudar a cuidar de sua saúde. Me sinto bem nesse processo de ajudar, me sinto feliz em contribuir e servir a coletividade feminina”, frisa Iliana.
Acupuntura
A acupuntura, uma prática da medicina tradicional chinesa, tem ganhado destaque como uma opção de tratamento não farmacológico para as mulheres que enfrentam os desafios da menopausa. Essa técnica milenar envolve a inserção de agulhas finas em pontos específicos do corpo para promover a cura e o equilíbrio. Pesquisas sugerem que a acupuntura, pode ajudar a aliviar alguns dos sintomas da menopausa, contribuindo para uma sensação de bem-estar geral e um estilo de vida mais equilibrado.
Medicamentos naturais e fitoterápicos
O estudo “Derivados Vegetais Similares a Estrógenos (DVSE) no Tratamento dos Sintomas do Climatério” destacou algumas espécies vegetais com substâncias interessantes para o tratamento, integrantes do rol de terapias alternativas dos sintomas da menopausa:
1. Consumo de soja (glycine max)
Evidências sinalizam que o maior consumo de fitoestrógenos encontrados na soja está associado à menor prevalência de osteoporose, através da prevenção da reabsorção óssea e aumento da densidade.
2. Tomar chá de cimicifuga (cimicifuga racemosa)
Popularmente conhecida como erva-de-são-cristóvão. Entre suas ações estão a diminuição dos fogachos e o declínio dos níveis de ansiedade, depressão, cefaleia, distúrbios do sono e vertigens. Além disso, ajuda a melhorar a atrofia vaginal, característica do climatério.
3. Usar trevo-dos-pratos (trifolium pratense) como fitoterápico
É considerado um fitoterápico utilizado por mulheres na menopausa para o alívio das ondas de calor e também para a prevenção da osteoporose.
4. Feno grego
O feno grego é uma planta usada tanto na culinária quanto na medicina tradicional, muito conhecida por seus diversos benefícios, inclusive para mulheres na menopausa. Um estudo descobriu que tomar cápsulas de feno grego por 42 dias ajudou a diminuir vários problemas, como ondas de calor, depressão e desequilíbrio hormonal, em mulheres na menopausa, sem causar efeitos colaterais. Os achados sugerem que o feno grego pode ser uma opção natural eficaz para aliviar os sintomas da menopausa.
5. Amoreira branca (Morus Alba L.) e a calêndula (calêndula officinalis L.)
A amoreira branca e a calêndula ajudam a aliviar os calores da menopausa e também os sintomas da TPM, como: Irritabilidade, Insônia, Ansiedade, Nervosismo, Dores musculares e articulares.
Chás que ajudam
Uma das alternativas de tratamento natural pode ser o consumo de chás. Uma planta estudada no assunto é a Morus Nigra, popularmente conhecida como amora negra. Estudos evidenciaram a redução dos sintomas da menopausa, possibilitando uma melhora na qualidade do sono, capacidade funcional, saúde mental e, principalmente, na intensidade das ondas de calor e menor perda de libido.
Também há evidências sobre os benefícios de outras plantas, já mencionadas acima para o tratamento natural para menopausa: Além da amoreira branca e da calêndula, outros fitoterápicos e chás que podem ajudar a aliviar os sintomas da menopausa são: Gengibre, Camomila, Melissa, Capim-cidreira, Trevo vermelho, Ginseng siberiano, Erva-de-São-João, Agnocasto, Erva-de-São-Cristóvão, Sálvia.
Relato pessoal
Manter uma rotina de exercícios físicos é um pilar fundamental não apenas para controlar o peso, mas também para fortalecer os ossos e combater o avanço da osteoporose, que se torna um risco maior durante a menopausa. Além disso, a prática regular de atividades físicas promove a liberação de serotonina, trazendo mais bem-estar emocional e aliviando sintomas comuns dessa fase. Para mim foi fundamental incluir na minha rotina, exercícios de alto impacto e uma alimentação balanceada.
Leia Também:
Exercícios físicos e uma alimentação rica e equilibrada é igualmente indispensável para uma melhora global no quadro da menopausa. Esses cuidados integrados tornam-se aliados no enfrentamento dessa etapa de vida com mais disposição, equilíbrio e saúde.
Mesmo sem saber que estava na menopausa, recorri a essas terapias alternativas. Cheguei a fazer meditações guiadas para me ajudar a dormir. Estava fazendo terapia para a depressão, mas não estava fazendo uso de nenhum ansiolítico. Tinha episódios recorrentes de insônia, e como me recusei a tomar qualquer medicação na época, recorri ao ciclismo e a meditação guiada.
Confesso que minha alimentação ainda não estava tão regrada, quanto é hoje, mas fazendo essas duas mudanças, de cara senti uma melhora muito grande no meu humor, no meu sono e na minha disposição naquela época.